25/01/08

CHOURIÇO CASEIRO


Ontem ao fim da tarde, encontrei um amigo que há muito não via. Como é hábito (está enraizado na nossa cultura) convidei-o a beber um copo, como estava-mos na minha “zona de poiso” fomos à tasca do Luís, amigo e camarada de infância que teve de se “agarrar” ao balcão (herança do sogro) depois de um acidente laboral, onde de quando em vez vou petiscar e conversar.
Conversa puxa conversa, “táz velho pá”, dizia o Jaime, “não te tens visto ao espelho”, dizia eu, fiquei a saber que o malandro me ganha no número de netos, eu tenho DUAS ele TRÊZ.
Como “aquilo” não era para jantar, pedi ao Luís que nos trouxesse um pires com uns bocadinhos de chouriço caseiro da sua terra (zona de Portalegre), e um queijinho também caseiro como o habitual, para além dum jarro de tinto e de um naco de casqueiro.

Notei-lhe algo diferente no seu semblante, perguntei-lhe o que se passava, foi então que me disse o que eu já tinha ouvido mas não queria acreditar:

“desculpa lá amigo mas daquele chouriço que a minha sogra faz não to posso trazer, tens de escolher outro, olha tenho ali um de Barrancos muito bom, mas….”

Perguntei-lhe:
“porquê meu, qual o problema?”

“se sou apanhado apanho uma multa e ainda me podem fechar o estamine”

- Ai é, disse eu, então fazemos o seguinte, o meu amigo não se importa, vamos para a cozinha, de certeza que ali os bufos não vão.

E assim foi, escusado será dizer que passamos todo o tempo a falar da situação.

SR’S DA ASAE OU DE QUEM VOS MANDA, NÃO ME TIREM O PRAZER DE COMER A PORRA DUM CHOURIÇO CASEIRO, FEITO PELA SOGRA DO LUIS.