25/01/11

Eleições presidenciais 2011

Imagem NET

Tal como se previa Cavaco Silva ganhou-as à primeira volta, aliás aproveito para o saudar com a imagem em anexo.

A vitória de Cavaco tem bastante reflexão para se fazer, não a dita em si, mas o que a proporcionou. 
Os analistas politiqueiros da praça e não só, vêm com a velha retórica, já gasta por sinal, de que os presidentes são sempre eleitos num segundo mandato, como se fosse-mos todos uns atrazadinhos mentais e aceitasse-mos a vitória ou derrota (depende do ponto de vista de cada um) como dado adquirido. Nada mais errado.
Primeiro porque o voto, que eu saiba não se compra, nem o Povo o vende. O que há é a manipulação das mentes, onde as "máquinas" fazedoras de presidentes têm um enorme manancial para se deleitar e manipular as mesmas a seu belo prazer.

E foi/é aqui que o sistema capitalista faz a diferença, alguns dizem que para o alterar temos de combater com as mesmas armas do "inimigo",  não estou de acordo. As únicas armas que temos é a convicção, a luta diária no combate às desigualdades, à injustiça, sermos honestos e acima de tudo sermos verdadeiros e coerentes, para além de nunca trair-mos a nossa classe. O capitalismo serve-se de nós para em eleições mais ou menos periódicas, legitimar a exploração que nos move, actualmente tem importado formas mais subtis de nos explorar, de nos vergar, de nos humilhar até. 
 
Não estou de acordo com aqueles que dizem que o "povo é parvo", "tem aquilo que merece", "são uma cambada de parolos", etc..  Tenho-o dito várias vezes, estes políticos tiveram "bons" professores, os tiques do salazarismo/fascismo ficaram entranhados, as artimanhas, os truques, a manipulação, etc., criaram escola em toda a classe política e judicial, esta, ainda se rege por normas e leis do fascismo, ora, quando assim é, torna-se difícil alterar o sistema.

Então que fazer?

A classe política já nos demonstrou que é incapaz de resolver seja o que for e tudo o que faz é, sempre em nosso nome e nas nossas costas, moldar o sistema de forma a que nos sintamos "felizes", dando um aumentozito aqui, uma benesse ali, um desconto acolá, uma abébia acolí, e assim nos vão enganando como tolos.

Só o Povo organizado em movimentos autónomos, poderá alterar o sistema, só os movimentos Populares de base,  o Cooperativismo, a Auto-Gestão, o Mutualismo, a democracia directa, nos trará a dignidade.

Estas eleições serviram também para verificar várias coisas que o sistema fabricou.
Cavaco teve o apoio do PSD, CDS, clero, entre outros, ou seja, de toda a camarilha capitalista, dando até guarida a fascistas, pides e legionários, o que aliás era esperado.
Alegre foi apoiado por parte de um moribundo PS, a outra parte votou Cavaco, por Sócrates, este mais desejoso que Cavaco ganha-se, pelo dividido BE de Louçã, pois a ala mais caviar do partido votou Nobre ou absteve-se e até o MRPP de Garcia Pereira deu um empurrãozinho para o fundo. 
Nobre foi apoiado por lobys mais ou menos obscuros e por parte (a caviar) do BE que se mantiveram sempre na sombra.
Francisco Lopes foi um flop, apoiado pela máquina organizativa do PC tinha "obrigação" de ter mais aceitação, teve menos 166 mil votos que Gerónimo em 2006. Para quem quer ser o próximo S. Geral começa mal, aliás o aparecer de gravata e fato topo-de-gama para as TV's e de camisa aberta e casaco velho para o Povo, quanto a mim penalizou-o. 
Coelho sem a "máquina" e/ou o dinheiro dos restantes, os seus 190 mil votos não foi o voto de protesto que muitos nos querem fazer querer, teve uma coisa que os restantes não tiveram, coragem, para além de falar a nossa linguagem. O sábio Povo ouviu-o e compreendeu-o.
Moura, também sem "máquina",  mesmo assim teve 66 mil votos, foi, a par de Coelho, quem mais denunciou as tramoias do Silva. Também não deixa de ser uma peça do sistema.

E pronto, para alguns a luta continua na Av. Liberdade, para os restantes resta-nos lutar nas barricadas e esperar, porque a utopia é possível, basta para tal querermos.