Decorreu no passado dia 1 de Maio uma marcha anti-capitalista em Setúbal. À mesma juntaram-se várias organizações populares de base e movimentos de cidadãos de várias tendências ideológicas.
Sem que nada o justificasse, no final da mesma houve confrontos com a polícia, registando-se vários feridos por parte dos manifestantes.
Este tipo de intimidação já tinha ficado bem patente aquando da cimeira da Nato em Lisboa em Novembro passado. Aqui as coisas não descamaram em violência pois os órgãos de comunicação social eram bastantes e de todo o mundo, e claro, não convinha ao sistema o aparecimento de cenas violentas.
Desta vez os activistas não tinham as "costas quentes", ou seja, não havia nenhuma comunicação social por perto e assim as forças repressivas estavam nas suas sete-quintas.
O que se passou em Setúbal foi barbárie pura e dura, foi cobardia, foi ver as forças da repressão actuaram de forma vingativa sobre cidadãos indefesos, fazendo recuar quem presenciou aos tempos mais tenebrosos do salazarismo/fascismo. Alguns dos presentes recordaram até o assassinato de vários operários naquele mesmo local à cem anos atrás às mãos da polícia.
Mas será a culpa só da polícia? Sabemos que esta só existe para reprimir, claro que alguém dá a ordem, alguém traça as directrizes da acção, mas quem? O ministro? As chefias da PSP?, Não estará por detrás alguém mais discreto a manobrar os cordelinhos? E se esse alguém nem tivesse nada a ver com chefias?
As minhas interrogações têm por base, outras situações idênticas que se passaram noutras manifestações, com a mesma gente por perto com a repressão a ser exercida sempre contra os mesmos, basta vestirem de preto, usarem cabelo comprido, proferirem palavras-de-ordem diferentes, serem anti-sistema e o mais importante, serem LIVRES.
Dá para reflectir e continuar a lutar contra tudo e contra todos.
